História

A Gruta do Almonda é uma estação arqueológica conhecida desde há cerca de 50 anos, data em que foi posta a descoberto a entrada pela qual se faz o acesso ao seu interior. Trata-se de uma surgência fóssil do Rio Almonda (embora em Invernos excepcionalmente pluviosos tenha já funcionado igualmente como saída de águas), cuja nascente actual se encontra cerca de cinco metros mais abaixo e é represada pela Fábrica de Papel da Renova, a cuja laboração fornece a água necessária. Pela referida entrada acede-se a uma extensa rede de galerias subterrâneas, já reconhecidas numa extensão de cerca de 8 km, mas era somente nas primeiras dezenas de metros que, até a realização das campanhas de escavação realizadas em 1988 e 1989, se conhecia a existência de vestígios arqueológicos.

 

Os trabalhos realizados nos Últimos dois anos tiveram a sua origem numa descoberta realizada por elementos da Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia: o achado nesta porção inicial da galeria de entrada de algumas peças solutrenses cujo contexto se tornava imprescindível estabelecer (Maurício 1988; Zilhão 1988). A realização dos trabalhos veio porém dar igualmente origem a aquisição de novos dados referentes as ocupações já documentadas pelas escavações de finais dos anos 30 (Neolítico antigo, Idade do Bronze e Idade do Ferro), e a descoberta de ocupações do Paleolítico Inferior e Médio em zonas da gruta cuja importância arqueológica era até então desconhecida.